Vamos encarar a politização? por Iná Camargo Costa


texto públicado no Jornal "O Sarrafo"



“O preço da liberdade é a eterna vigilância”. Com esta frase lapidar, os liberais brasileiros forjaram no século passado um ótimo álibi para apoiar a ditadura militar de 1964 a 1980. A jogada foi extremamente eficiente pois, além de assegurar com a força das armas a sua liberdade à custa da liberdade dos que pensavam diferente, essa gente conseguiu adestrar o conjunto da sociedade para viver segundo as suas deliberações sem risco de questionamentos radicais. Esquematizando a operação, digamos que primeiro eliminaram os divergentes, depois forçaram e cultivaram a mais radical despolitização e, finalmente, obtiveram o mais duradouro resultado: uma geração inteira despolitizada, que não tem a menor noção do que está em jogo na vida política (nem se interessa por ela) e, por isso mesmo, acredita piamente que política é votar em eleições ou que decisões como as tomadas pelo Ministro da Fazenda de plantão ou pelo Banco Central não são políticas. Para completar o quadro, des-de a queda do muro de Berlim, seguida pelo fim do lado oriental da “cortina de ferro”, a maioria dos partidos ditos de esquerda jogou fora as suas bandeiras e lançou-se alegremente nas fileiras dos adoradores do Deus Mercado, abraçando a nova religião universal.

Como demonstrou um dos mais profundos estudiosos das entranhas desse deus, cujo nome verdadeiro é modo de produção capitalista, seu móvel é a taxa de lucro e sua única finalidade é a valorização do capital. Como periodicamente aquela taxa cai, esta queda retarda a formação de novos capitais autônomos, promovendo, inevitavelmente, superprodução, especulação, crises, capital supérfluo e, para o que nos interessa diretamente, POPULAÇÃO SUPÉRFLUA. Na condição de parte da população supérflua, inúmeros grupos de teatro vêm se organizando em todo o Brasil desde os anos 90 do século passado. E como os demais supérfluos, sobrevivem, em total liberdade (sobretudo, a de passar fome), à margem da esfera pública – esta inteiramente privatizada e entregue a todos os exploradores da nova religião: igrejas propriamente ditas, jornais, rádio, televisão, cinema e demais espaços, ditos convencionais, de circulação de espetáculos-mercadoria, popularmente conhecidos como "teatros".

Parodiando a frase dos nossos antigos liberais, não é excessivo dizer que o preço da nossa liberdade é a completa irrelevância. Como já somos supérfluos do ponto de vista econômico, não constituímos ameaça real aos negócios do ramo do espetáculo e, como estamos à margem da esfera pública privatizada, o Estado também não precisa se preocupar conosco. Isto posto, e considerando que entretanto continuar fazendo o que fazemos é para nós questão de vida ou morte, como reverter este quadro? A chave da porta é evidentemente a política, entendida não mais como fatalística submissão às regras do jogo e sim como amplo processo de questionamento não só do próprio jogo e suas regras, mas sobretudo da sociedade que os forjou e para a qual aparece como fatalidade a existência de uma população supérflua. No caso dos que fazemos teatro, esta idéia obriga a enfrentar uma ampla pauta de estudos, mas uma parte importante da nossa experiência e da história de nossos antecessores pode servir de horizonte para a nossa luta pelo direito à existência.

Nossa experiência de grupo já ensinou a necessidade de combater os valores subjetivos que asseguram a existência da sociedade que fez de nós seres supérfluos. É o caso, por exemplo, do individualismo, da irresponsabilidade, do descompromisso com o coletivo, ou falta de solidariedade e do autoritarismo. Estes valores, todos a serviço da concorrência que é parte do funcionamento da sociedade capitalista, são uma permanente ameaça à sobrevivência de um grupo teatral. A eles, o trabalho coletivo opõe entre outros altruísmos, generosidade, responsabilidade, solidariedade e relações democráticas. Mas se a duras penas temos conseguido cultivá-los entre nós e em meio ao público que nos acompanha e apóia, sem conquistar a esfera pública propriamente dita, o sentido profundo das nossas experiências, que é político, corre o risco de se perder. Para dar o passo que falta, a história das lutas sociais do século vinte, envolvendo também artistas de teatro, apresenta alguns episódios capazes de no mínimo mobilizar a nossa imaginação.

O primeiro ilustra o modo como oshow business está sempre de olho em talentos individuais onde quer que estes se manifestem. Contam os livros de história do anarco-sindicalismo americano que uma jovem adolescente participava de um ato público em Nova Iorque e chamou a atenção de um produtor da Broadway. Seu desempenho oratório era tão brilhante que, ao final, ele tratou de convidá-la para integrar o elenco de sua próxima produção. A militante da IWW (Industrial Workers of the World), organização que ainda existe, recusou a proposta e um salário milionário, respondendo sem pestanejar: “Eu só falo o meu próprio texto” ou, em inglês, I speak my own lines. Não se deve esperar de um ator a mesma capacidade de resistência ao canto de sereia do mercado sintetizada no gesto daquela militante anarquista, mas um ator com experiência em teatro de grupo, inspirado nele, pode negociar melhor os termos em que venderá sua força de trabalho se não se esquecer de que provém de um coletivo a parte decisiva de seu talento.

Outro caso, que delineia um horizonte muito próximo do nosso, verificou-se em fins do século XIX e começo do XX. Quem conhece a história do Teatro Livre sabe que sua marca registrada foi a arregimentação de trabalhadores que gostavam de teatro a ponto de também querer fazê-lo, a começar por André Antoine, um empregado da companhia de gás parisiense. Mas estes trabalhadores queriam encenar textos que tratava de assuntos censurados ou sem interesse para o mercado teatral. A versão alemã desta experiência em pouco tempo viu-se diante do desafio de politizar-se porque seus espetáculos atropelavam os critérios da censura, que reagiu com violência, e só os trabalhadores já organizados em partidos e sindicatos apoiaram a sua luta. O resultado desta aproximação entre teatro e trabalhadores organizados é a Volksbühne, que até hoje resiste e produz espetáculos que dão o que pensar, como vimos recentemente em São Paulo e outras capitais brasileiras.


Um dos cartazes do espetáculo Isto não pode acontecer aqui, que estreou nomesmo dia em 18 cidades Um terceiro caso, um pouco mais complexo, deu-se nos Estados Unidos durante o governo Roosevelt. Como a crise de 1929 produziu uma verdadeira legião de artistas supérfluos, foi criado um pro-grama federal de apoio às artes que os empregou aos milhares. Chamada Federal Theatre, a parte que nos interessa deste programa promoveu a mais ampla experiência teatral da história daquele país. Para ficar em apenas um exemplo:
o espetáculo Isto não pode acontecer aqui ("It can’t happen here") estreou no mesmo dia em 18 cidades, em 22 produções diferentes, quatro das quais em Nova Iorque e duas em Los Angeles. Isto aconteceu no dia 27 de outubro de 1936. Duas semanas depois estreou uma 23ª produção e nove delas ainda circularam pelo país uma vez encerrada a temporada de estréia. Ao final do processo, o espetáculo tinha sido visto por cerca de 500 mil pessoas. Este episódio único só se explica pelo alto grau de politização dos envolvidos no processo. Por muito suspeito que possa soar, não dá para resistir à tentação de dizer que o teatro tende a inspirar políticas democráticas radicais e que a mobilização política inspira práticas teatrais muito mais democráticas do que se pode imaginar. O caminho é a luta.

Relatoria de Volta às atividades

Relatoria I
(GT puel 17/09/2009)

Propostas de pauta
i) Anteprojeto
ii) Encaminhamentos
iii) Atividades


Anteprojeto

Exposto em linhas gerais por Débora Oliveira que suscitou as seguinte discussões que precisam ser ampliadas nos próximos encontros

A) Centralidade da Cultura – conceito ampliado de cultura (capaz de romper com a sua desagregação e abrir caminhos para a construção de uma vontade coletiva, contrapondo-se às concepções de mundo oficiais) Cultura-trabalho (?) / Arte é produção – cultura é produção – Cultura ainda é um programa
b- Teatro Popular: O que é como se configura? Popular se configura como democratização do acesso? Teatro produzido pelas classes Subalternas (?) o que fazemos pode ser considerado Teatro Popular (?)
c- Brecht e Boal – Relativa autonomia estética.


Encaminhamentos

1)Fundamentos teóricos e Metodológicos
1.2) Marxismo e Cultura (Concepção de cultura)
1.3) A história do teatro que nos interessa (Boal x Brecht)
2) Contextualização histórico social
2.1) A Hiora do Teatro Épico no Brasil ( Iná Camargo Costa)
2.2) Piter Szondi – Teoria do drama moderno

Atividades

*Seminários no próximo encontros – para 15 dias
1) 1° capitulo de Teatro do Oprimido e outras poéticas políticas (Boal) – Gil
2) Pequeno Organon (Brecht) ?

*Estabelecer bases – vocabulário comum
*Fazer versão resumida do anteprojeto (Gil / Bezerra)

Pensar em formatos diversos para os encontros – atribuição de sentido por parte dos integrantes

RELATORIA II




Por Débora Oliveira


Referente ao encontro do Dia 02/07/2009

Se me permite acrescentar Ton... Acho que o que mais aproveitamos na "segunda" parte do encontro do GTpuel essa semana, quando fomos assistir outras perspectivas épicas, foi justamente perceber e aprender a identificar a real estética brechtiana (se assim posso falar) na peça "Arturo Ui" (e não Andre Wii) e como logo em seguida na montagem de Nelson Rodrigues todo o processo que se diz "brechtiano", foi completamente "esvaziado", no sentido de que todos os pressupostos do teatro épico foram transformados ou então submetidos ao drama burguês.

A música que na peça "Café quente em noite fria" é elemento decisivo de distanciamento, as imagens, os gestus, todos os recursos que utilizamos para "contrariar" e "ativar", são utilizados para "emocionar" e "passificar". Particularmente, aquela peça do Nelson Rodrigues me deixou muito "triste", aquela coisa de amor que dói e blá blá, ai que coisa mais sem fim, uma choradeira...rsrs...desculpa aí, reconheço o valor do Nelson Rodrigues, mas não é "minha praia preferida".


Tem outro aspecto também, a questão do processo de trabalho, que na Companhia do Latão, como sabemos é "coletivo" ou "colaborativo", não sei o termo correto no caso, mas é perceptível a diferença entre um e outro, já que a Companhia do Latão é um grupo que trabalha com os pressupostos épicos, com o "espírito de porco" em todas as montagens, pois antes de tudo, são de fato, um grupo de teatro épico, e se trabalhando como um grupo, que colobora um com o outro, isso se reflete em qualquer montagem, tem-se um "pano de fundo", um argumento nas cenas, político e ideológico, claro. Agora, voltando a montagem do Nelson Rodrigues, como disse a Nádia, o grupo que nos foi apresentado não era na verdade um grupo.


Era uma "massa" de atores, bem colocados em cena, com figurinos impecáveis, maquiagem "inigualável", que cantavam muito bem...Ora bolas!! Tinham técnica, os caras são "bon$"! Como disse a Nádia. Mas explicitando aí em cima, eram uma "massa" (termo retirado de O Dezoito Brumário de Luís Bonaparte, quando Marx fala dos camponeses, que são uma "massa", um conglomerado de pessoas, sem organização "político-partidária" acabam por serem apenas um "saco de batatas"..rs). Ou seja, atores que se juntaram para fazer uma peça de estética brechtiana, que concordamos que realmente era, mas que estava completamente "vazia", no sentido em que conhecemos e lutamos artísticamente, apenas mais um "saco de batatas" bem selecionadas. Ai..ai....me empolguei...rs´Por hoje é só pessoal!beijo pro'cês.


Débora.

RELATORIAS


Relatório de encontro do GTPUEL
Dia 02/07/2009

O encontro aconteceu na Casa Fabrica de Teatro do Oprimido.
Participaram: Ton, Gil,Glauco,Beto, Bezerra, Ana, Tiago, Nadia, Lucas, Débora, Carol e Anderson Zotesco.

O encontro começou com a apresentação do vídeo da peça “café quente, noite fria” do Grupo caos e acaso de teatro.

Após assistir o vídeo passamos a sala ao lado, para debater o espetáculo e dar nossas impressões sobre a montagem.

Anderson se apresenta e fala de seu projeto em São Paulo, disse que a peça lhe agradou e emocionou e fez algumas criticas como:

O uso das projeções de imagens, dizendo que essas podem atrapalhar na construção da imaginação dos espectadores.

Sentiu uma dificuldade de perceber a mudança dos personagens da Nadia no começo da peça
E que alguns personagens do Cesinha poderia se aprimorar no andamento da montagem.

Beto também fala e abre a todos as considerações feitas por mail ao grupo “caos e acaso”, fala de um problema entre o dialogo de Zé Alcindo e o funcionário do banco, esse funcionário estaria pouco burocrático e muito solidário ao camponês, não se vê muito o conflito campo e banco na representação, sugere alguns Gestus pra definir o caráter de um burocrata ao funcionário.

Depois voltamos a sala de vídeo onde nos propomos a ver algumas montagens de grupos que usam as técnicas teatrais de Brecht (Andre Wii [não sei como escreve], CIA Latão e uma montagem de uma peça de Nelson Rodrigues)

O vídeo do Andre Wii teve problemas técnicos e pouco aproveitamos, os outros foram vistos na integra.

Tentamos ver nesses vídeos como os atores trabalhavam os GESTUS, o distanciamento do personagem e outros elementos do teatro épico.

Ao final do encontro resolvemos descentralizar o espaço físico dos encontros do grupo, sendo a casa de teatro do oprimido também um espaço positivo, não se limitando apenas a UEL.

Relatoria - 02/07/2009

Relatório de encontro do GTepuel

Dia 02/07/2009

Relatoria: Ton Joslin


O encontro aconteceu na Casa Fabrica de Teatro do Oprimido.
Participaram: Ton, Gil,Glauco,Beto, Bezerra, Ana, Tiago, Nadia, Lucas, Débora, Carol e Anderson Zotesco.
O encontro começou com a apresentação do vídeo da peça “café quente, noite fria” do Grupo caos e acaso de teatro.
Após assistir o vídeo passamos a sala ao lado, para debater o espetáculo e dar nossas impressões sobre a montagem.
Anderson se apresenta e fala de seu projeto em São Paulo, disse que a peça lhe agradou e emocionou e fez algumas criticas como:
• O uso das projeções de imagens, dizendo que essas podem atrapalhar na construção da imaginação dos espectadores.
• Sentiu uma dificuldade de perceber a mudança dos personagens da Nadia no começo da peça
• E que alguns personagens do Cesinha poderia se aprimorar no andamento da montagem.
Beto também fala e abre a todos as considerações feitas por mail ao grupo “caos e acaso”, fala de um problema entre o dialogo de Zé Alcindo e o funcionário do banco, esse funcionário estaria pouco burocrático e muito solidário ao camponês, não se vê muito o conflito campo e banco na representação, sugere alguns Gestus pra definir o caráter de um burocrata ao funcionário.
Depois voltamos a sala de vídeo onde nos propomos a ver algumas montagens de grupos que usam as técnicas teatrais de Brecht (Andre Wii[não sei como escreve], CIA Latão e uma montagem de uma peça de Nelson Rodrigues)
O vídeo do Andre Wii teve problemas técnicos e pouco aproveitamos, os outros foram vistos na integra.
Tentamos ver nesses vídeos como os atores trabalhavam os GESTUS, o distanciamento do personagem e outros elementos do teatro épico.
Ao final do encontro resolvemos descentralizar o espaço físico dos encontros do grupo, sendo a casa de teatro do oprimido também um espaço positivo, não se limitando apenas a UEL.

Relatoria do encontro 4 de Junho de 2009



Relatoria do encontro do GTEPUEL que aconteceu na data de 4 de junho de 2009





Coordenação de Marcelo Bezerra

Relatoria : Gildemar Roberto Sales

Membros presentes: Glauco Garcia, Gildemar Roberto Sales, Beto de la Santa, Ana Soranso, Natanael e Débora Oliveira.

Relatoria:

1) Discutiu-se sobre a formato e a dinâmica dos encontros do Grupo, que depende da frequência (ou não) dos membros do grupo. Deliberou-se sobre a possibilidade de se realizar uma "perguntagem geral", a ser realizada via e-mail para verificar o "nível de interesse e participação" dos integrantes, para que assim, seja possível a elaboração de atividades práticas e teóricas que sejam mais produtivas.

**Neste Sentido Débora propôs que as atividades do Grupo tivessum início às 16:30 hs, para que o grupo tivesse mais tempo para realizar seus trabalhos. Proposta que foi aceita pelos presentes

2) O Grupo presente dividiu-se em 2 sub grupos para leitura e posterior sociabilização dos Textos "Teatro de Combate diz adeus a Augusto Boal" de Cecíla Toledo e "Teatro do Oprimido de Augusto Boal" de Luis Fernando da Silva. Ambos textos jornalísticos, curtos, vinculados à epoca do falecimento de Boal.
Sobre o Texto " Teatro de Combate diz adeus a Augusto Boal"
* O texto faz uma defeza incondicional da obra de Boal, contudo refere-se a Augusto Boal, ainda vinculado ao Teatro de Arena e pouco se menciona sobre os trabalhos de Boal na atualidade (decada de 90 em diante)
* Texto de Homangem, enquanto tal, cumpre sua função: "abordagem interessante para quem não conhece nada da vida do teatrologo" ( Natanaél).
* Jornal de Esquerda - e enquanto homenahem mesmo, deixa a desejar, por não aboradar as contribuições de Boal e do TO junto aos movimentos sociais, por exemplo (Gil e Glauco)
* Existe uma sitação do prefácio da "Estética do Oprimido" (último livro de Boal), mas descontextualizada; " Parece que a sitação está ali, apenas para dizer que Boal ainda estava produzindo" ( Glauco).
Sobre o Texto "O Teatro do Oprimido de Augusto Boal"
*O texto supre algumas lacunas que foram observadas na leitura do texto anterior (teatro de combate diz adeus a Augusto Boal), como sua formulação de estética, trabalhos atuais, relação com a obra de Paulo Freire - contudo, devido a especificidade do Texto, de carater jornalístico, ainda de forma muito sintética.
* O texto, também em tom de homenagem, faz uma análise mais crítica em relação a obra de Augusto Boal, apontado para mudanças, principalmente em seu conceito de "oprimido"e às perpectivas de institucionalização no TO, no Brasil.
Resalto os paragrafos:
"O oprimido, na proposta original, referia-se à opressão política e econômica ocasionada pelo sistema capitalista de exploração. O teatro é necessariamente político, por isso é uma arma: “o teatro pode ser igualmente uma arma de liberação”, dizia Boal. Esse conteúdo deixou de existir em sua proposta ou, pelo menos, foi muito amenizado."
(...)
"As necessidades básicas do cidadão europeu, para ele, estariam relativamente satisfeitas, mas as angústias, solidão e suicídios seriam os problemas de fato existentes. Desta maneira, “fui-me obrigando a trabalhar com essas novas opressões e aceitá-las como tais”. Mas nos ficaria uma pergunta sobre as considerações do dramaturgo. Essas “novas” opressões não seriam as formas mais sublimes e fetichizadas (alienadas) decorrentes do modo de produção capitalista? "
(..)
"As práticas e ferramentas teatrais que foram acumuladas nesse percurso de Boal são relevantes. Sua concepção teatral pode se articular a uma pedagogia socialista e revolucionária, inclusive as suas propostas de desmecanização corporal e ideológica. No entanto, é necessário analisar criticamente o limite de conteúdo que Boal foi remetendo sua proposta, especialmente ao caráter de cidadania que ele passou a propugnar."
* Beto, aponta que esta critica, "vem aparecendo ora ou outra", e que é importante refletirmos sobre ela de forma mais consistente.
3) Amaração e garantia da Próxima reunião
* Tarefas a serem realizadas:
a) Urgente: Amarração final do ante projeto - concluir bibliografia e apêndices
b) Realizar uma versão mais "enchuta" de comunicação mais direta : Como sugestão - em Forma de Manifesto.
c) Pensar formato e dinamica dos próximos encontros: (textos curtos/provocações para o debate - jogos teatrais)
d) inicio da proxima reunião: 16:30 hs